1) Quem foi Karl Marx?
Karl Marx foi um
economista, filósofo e socialista alemão, nascido em Trier, em 5 de maio de
1818.
Estudou na
universidade de Berlim e formou-se em Iena, em 1841, com a tese Sobre
as diferenças da filosofia da natureza de Demócrito e de Epicuro. Enquanto
estudava na Universidade de Berlim foi influenciado pelos pensamentos de Hegel,
participando do movimento dos Jovens Hegelianos, mas foi impedido de prosseguir
seus estudos e expulso da Alemanha, sustentou-se com artigos que publicava
ocasionalmente em jornais alemães e estadunidenses, bem com por diversos
auxílios financeiros vindos de seu amigo e colaborador Friedrich Engels, que
conheceu em Paris,1844. Foi, no ano seguinte, expulso da França, radicando-se
em Bruxelas e participando de organizações clandestinas de operários e
exilados. Ao mesmo tempo em que na França estourou a revolução, em 24 de
fevereiro de 1848, Marx e Engels publicaram o folheto O Manifesto
Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária que, mais tarde,
seria chamada marxista. Voltou para Paris e assumiu logo a chefia do Novo
Jornal Renano em colônia, primeiro jornal diário francamente
socialista.
Depois de expulso
de Paris, mudou-se para Londres, onde dedicou-se a vastos estudos econômicos e
históricos, sendo freqüentador assíduo da sala de leituras do British Museum.
Escrevia artigos para jornais norte-americanos, sobre política exterior, mas
sua situação material esteve sempre muito precária. Foi generosamente ajudado
por Engels, que vivia em Manchester em boas condições financeiras.
Em 1864, Marx foi co-fundador da Associação Internacional dos Operários, depois
chamada I Internacional, desempenhando dominante papel de direção. Em 1867
publicou o primeiro volume da sua obra principal, O Capital. Dentro
da I Internacional encontrou Marx a oposição tenaz dos anarquistas, liderados
por Bakunin, e em 1872, no Congresso de Haia, a associação foi praticamente
dissolvida. Em compensação, Marx podia patrocinar a fundação, em 1875, do
Partido Social-Democrático alemão, que foi, porém, logo depois, proibido. Não
viveu bastante para assistir às vitórias eleitorais deste partido e de outros
agrupamentos socialistas da Europa.
Em 1843, Marx
casou-se Jenny von Westphalen, com
quem teve 5 filhos, sendo que 3 deles faleceram na infância devido às
péssimas condições financeiras. Marx faleceu em Londres, dia 14 de março de
1883.
2) Quem
mais influenciou o pensamento de Karl Marx?
Muitas
foram as influências sofridas por Karl Marx ao longo de sua teoria crítica e
seria inviável relacionar todas elas. Entre seus predecessores influenciaram-no
desde o atomista heleno Demócrito de Abdera (c.460-370 a.C.) e o antigo
filósofo Epicuro (341-270 a.C.) até o alemão Friedrich Hegel (1770-1831),
passando pelo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), de quem partiu para elaborar a
noção de “valor do trabalho” em Salário, Preço e Lucro (1865). Já de seus
contemporâneos ele argumentava a favor ou contra autores como o alemão Ludwig
Feuerbach (1804-1872), o francês Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) e Friedrich
Engels (1820-1895). Mas há também a influência dos filósofos fisiocratas, do
escocês Adam Smith (1723-1790), David Ricardo (1772-1823) entre outros.
Desses
cabe mencionar os principais: Smith, Hegel e Engels. Do primeiro, Marx herdou a
perspectiva da economia como uma ciência em que o trabalho é uma categoria que
gera riquezas e o valor das mercadorias oscila em torno de um “preço natural”
quando há o equilíbrio entre a oferta e a procura. Hegel foi como uma sombra a
cobrir as idéias do jovem Marx, que era listado entre os neo-hegelianos de
esquerda até a confecção de A Ideologia Alemã (1845/6), obra na qual procurou, ao lado de Engels,
“prestar contas” com a ideologia dialética daquele autor. Para Marx, ao invés
de produzir um sistema idealista que abarcasse o mundo material e sua história,
num mundo ideal e na história do pensamento, uma crítica do Estado e da
sociedade deveria partir de suas condições reais e sua história encarada
através da dialética materialista, cujas contradições são explicitadas pela
“luta de classes”. Quanto a Engels, não se pode dizer que ele tenha sido apenas
o editor e mantenedor financeiro de Marx, no final de sua vida, pois foi a
publicação de seu Esboço de uma
Crítica da Economia Política(1844)
que provocou a guinada definitiva no pensamento de Marx, orientando-o em
direção à economia política e à observação atenta da situação dos
trabalhadores, na Inglaterra e de um modo geral, frente aos interesses
capitalistas. Juntos escreveram os livros fundamentais da teoria revolucionária
comunista, na qual a classe operária assumiria o controle de seu destino e, consequentemente,
da humanidade.
3) Qual a relação entre Marx e a
sociologia?
Marx tenta entender como a sociedade, em geral, funciona, tendo como
base a sociedade do século XIX, quando a filosofia alemã era predominante. A
sociedade é comparada a um edifício no qual as fundações, a infraestrutura,
seriam representadas pelas forças econômicas, pelo conjunto das forças
produtivas e relações sociais de produção de uma sociedade, enquanto se
constrói sobre ela o edifício em si, a superestrutura, que representaria as ideias,
costumes, instituições (políticas, religiosas, jurídicas, etc.). Constata-se assim a existência de classes na sociedade, e argumenta
que a luta entre elas leva necessariamente à ditadura do proletariado, que
deverá por fim à divisão em classes (burguesia x
operária – no caso do capitalismo). A história do homem é a história da luta de
classes, da luta constante entre interesses opostos, embora esse conflito nem
sempre se manifeste socialmente sob a forma de guerra declarada(burguesia x
operária – no caso do capitalismo). As
relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo
novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira
de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais.
Marx não quer, com isso, dizer que o progresso das sociedades é linear e
imutável, nem que a base é o único fator de mudança, mas sim que as formas
políticas da luta de classes e seus resultados, as Constituições (...), as
formas jurídicas (...) exercem igualmente a sua ação sobre o curso das lutas
históricas e, em muitos casos, determinam predominantemente sua forma..."
(ENGELS, citado por OLIVEIRA; QUINTANEIRO, 2002: 39.)
4) O que é idealismo para
Marx?
"Se opõe ao idealismo, que acredita que o ambiente e a sociedade com base
no mundo das ideias, como criações divinas seguindo as vontades das divindades
ou por outra força sobrenatural."
"Não resta dúvida por parte dos estudiosos de Hegel,
Feuerbach e Marx a grande contribuição que tiveram os dois primeiros para a
evolução e consolidação do pensamento de Marx. Feuerbach significou uma
reviravolta no idealismo de Hegel como corrente de pensamento dominante até
então. Em contraposição ao idealismo, Feuerbach vai instaurar o materialismo,
trazendo o homem do céu e colocando na terra: o homem é a essência de tudo.
A correspondência necessária entre as relações
de produção e as forças produtivas é fundamental na concepção do materialismo
histórico. Daí ser o materialismo histórico uma teoria social. A dialética é o
núcleo racional do materialismo de Marx e Engels, exposto em A
Ideologia Alemã. A oposição inscrita no sistema hegeliano entre a tese
e a antítese, entre a afirmação e a negação, tem em Marx a mediação material,
enquanto em Hegel é reflexiva, abstrata. Daí que a solução na operação entre a
contradição dos dois pólos se dá em Marx por meio da atividade prática do homem
que supera a oposição entre sujeito e objeto, ou o que Marx vai conceituar como
a práxis. A práxis é a atividade enérgica dos homens face aos
conflitos e contradições no âmbito da sociedade." (IDEALISMO E
MATERIALISMO: a dialética e a concepção universalista em Hegel e em Marx)
5) Como Marx
define materialismo?
"É a teoria que defende que a sociedade
é definida por fatores materiais, como economia, biologia, geografia e
desenvolvimento científico. Se opõe a ideia de que a sociedade seja definida
por forças sobrenaturais, divindades ou pelo pensamento. Marx se opõe ao
controle do Estado por religiosos, defendendo o poder nas mãos das classes
trabalhadoras. Para o marxismo, no lugar da ideias estão os fatos
materiais, no lugar do grandes heróis, a luta de classes."
"Nas onze
teses de Marx sobre Feuerbach estão as bases de sustentação do materialismo de
Marx. Na primeira tese Marx afirma que o principal defeito de todo o
materialismo, incluindo o de Feuerbach, é que a realidade, o mundo sensível só
são apreendidos sob a forma de objeto ou intuição, mas não como atividade
humana sensível, enquanto práxis. Na mesma tese adianta Marx
que Feuerbach acata objetos sensíveis distintos dos objetos do pensamento de
Hegel, mas não considera a própria atividade humana como atividade
objetiva.
Na sexta tese diz
Marx que Feuerbach teve o mérito de transpor a essência religiosa para a
essência humana, mas que a essência humana não pode ser algo em abstrato,
inerente ao indivíduo isolado, sendo, em realidade, o conjunto das relações
sociais. Esse último aspecto – o conjunto das relações sociais – é um dos
aspectos de maior importância da teoria social de Marx. Acrescenta Marx na
sétima tese que o indivíduo abstrato que Feuerbach analisa é ele, na realidade,
uma forma social determinada." (IDEALISMO E MATERIALISMO: a dialética
e a concepção universalista em Hegel e em Marx)
6) O
que Marx quer dizer ao afirmar que Feuerbach “não toma a própria atividade
humana como atividade objetiva”?
Marx quer dizer que Feuerbach possui uma
filosofia estática, isto é, para ele o homem não está inserido no contexto
social. Feuerbach acreditava que o homem criou Deus e não o contrário. Ele
queria com isso conservar os valores morais a partir de um religião da
humanidade em que o homem seria Deus para ele mesmo, ao contrário de Marx que
acreditava que ser necessário compreender a realidade para tentar superá-la de
forma dialética(é um método de diálogo cujo
foco é a contraposição e contradição de ideias que leva a outras ideias).
7) Compare a frase de Max “a essência humana não é uma abstração
inerente a cada indivíduo” com as ideais de Durkheim sobre a relação
indivíduo e sociedade.
Para Marx a história do homem é a história da luta de classes, da
luta constante entre interesses opostos, embora esse conflito nem sempre se
manifeste socialmente sob a forma de guerra declarada (burguesia x operária –
no caso do capitalismo). As relações sociais são
inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças
produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a
vida, modificam todas as relações sociais.
Assim, fica evidente fazer um paralelo com as ideias de Durkheim, para o
qual a consciência individual era uma simples dependência do tipo coletivo,
isto é, os fatos sociais( que possuem um alto poder de coerção) fazem as
atitudes das pessoas serem independentes de suas vontades próprias, são
determinadas pelos fatores externos a elas (coletividade). O fato de ser
uma abstração(algo que não se leva em consideração) inerente(fixo) a cada
indivíduo significa que os indivíduos nunca são levados em consideração na
sociedade. Estão, assim, as ideias de Durkheim sobre a relação
indivíduo e sociedade de acordo com a ideia de Marx.
FONTES:
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