sábado, 14 de abril de 2012

MAX WEBER 2/2

                                         



1. O que é poder e dominação para Weber?

"Poder é toda chance, seja ela qual for, de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra a relutância dos outros." Max Weber

O conceito de poder em Weber é associado a duas categorias que se completam; o Domínio, no qual, a partir de uma determinada ordem, qualquer que seja o seu conteúdo, ocorre a probabilidade de ser seguida por um certo número de pessoas, e a Disciplina que a partir de uma ordem ocorre o seu obedecimento imediato, sem questionamentos pelo grupo devido a um conjunto de atitudes que lhes são visuais e arraigadas (domínio do dominador, disciplina do dominado).

"Segundo Weber, a dominação consiste em um estado de coisas no qual as ordens dos que dominam influenciam, além da mera execução dessas ordens, a própria conduta dos dominados como máximas de comportamento (Weber, 1992, p. 699). A dominação se instaura desde que a obediência seja percebida como um dever pelos dominados. O fato de perceber a obediência como um dever depende, de fato, da aceitação pelos dominados da legitimidade da dominação, ou seja, da sua crença na legitimidade do poder daqueles que comandam. É a razão pela qual Weber afirma que os tipos de dominação se revelam quando formulamos esta questão: sobre quais princípios últimos pode basear-se a validade, a legitimidade de uma forma de dominação, isto é, a exigência de obediência da parte 'funcionários' pelo seu 'senhor'' e da parte dos dominados pelo 'senhor' e pelos 'funcionários' ? "

"Para que um Estado exista, é necessário que um conjunto de pessoas obedeça à autoridade alegada pelos detentores do poder no referido Estado. Por outro lado, para que os dominados obedeçam é necessário que os detentores do poder possuam uma autoridade reconhecida como legítima. A dominação é presença marcante em uma sociedade. Para haver dominação é necessário que haja elementos de diversas classes sociais, onde os que detêm o poder exercerão domínio e soberania sobre os demais indivíduos sem o poder."

FONTE:
http://www.fee.tche.br/3-decadas/downloads/volume1/2/box-4.pdf
http://pensador.uol.com.br/frase/MjAwMDg1/

2. Qual a diferença de dominação legítima para a ilegítima?

       Weber  define a dominação como oportunidade de encontrar uma pessoa determinada que esteja pronta a obedecer, pois a dominação se faz necessária para se manter em ordem a sociedade e tudo que gira em torno dela.
        É notável que em todo grupo dentro de qualquer sociedade, que seja baseado em regras e hierarquias, se encontrem indivíduos dominantes e dominados. E nesse contexto Weber nos fala que dentro da sociedade é preciso que haja elementos que detenham o poder ou que possuam formas de autoridades legitimamente reconhecidas, e elementos que não detenham o poder. A dominação muitas vezes se dá devido às inúmeras formas de interesses, sejam eles nas suas mais variadas formas. E, é claro, sempre que há indivíduos que estejam prontos a obedecer a ordens de conteúdos determinados.
        Mesmo podendo assimilar a dominação a qualquer situação que possa verificar indivíduos subordinados ao poder de outros ,ela difere das relações de poder em geral por apresentar uma tendência a se estabilizar, a  procurar manter-se sem provocar confrontos. Em outras palavras, as relações de dominação dentro de uma sociedade se caracterizam por buscar formas de legitimação, de serem reconhecidas como necessárias para a manutenção da ordem social.
        Assim Max Weber nos apresentou em um de seus estudos mais importantes, três tipos puros de dominação legítima, cada um deles gerando diferentes categorias de autoridade. São classificados como puros porque só podem ser encontrados isolados no nível da teoria, combinando-se quando observados em exemplos concretos. São formas de dominação, segundo Weber, dominação legal, tradicional e carismática.
        Como a sociologia da dominação ocupa , no pensamento de Weber, um lugar central na construção dos mecanismos reflexivos e dedutivos na sua "sociologia compreensiva", a denominação de dominância não acabou. Em seu livro 'A Cidade' ele apresenta a dominação como uma coisa ou força natural , que de alguma forma se afirma por ela mesma, mas como algo com uma correspondência significante entre uma ação (que poderia ser uma ordem) e uma outra ação (que é obediência), e reciprocamente.
         Se a dominação contém sempre um tipo de acordo nos valores, essa ausência poderia tabém ser designada como sua legitimação. E já que o acordo entre a ordem e obediência constitui o caráter essencial da dominação, seria impossível encontrar na "sociologia da dominação" uma dominação não legítima.
Mas seria impossível se a dominação não legítima fosse no sentido conceitual , já que no âmbito de fenômenos singulares, poderá ser entendida. Um exemplo disso é o caso da cidade medieval ocidental.
          Aparentemente não é um tipo de dominação , mas poderemos assiciá-la à dominação pela contradição de adjetivação.
          A ação de um único sujeito se pode mover entre uma dominação legítima e uma não-legítima.Weber fala, nesse caso, sobre transições incertas entre uma válida (legitimação de única ação que orienta seu comportamento a essa ordem legal) e outra inválida. Nesse caso duas ou mais (e também contraditórias) ordens podem coexistir no mesmo ambiente urbano.
         Uma leitura possível é que a dominãção não-legítima é uma entidade tipicamente dinâmica onde as diferentes dominações ( e as respectivas ordens legais) podem coexistir no interior de um sistema que permita a autoorganização, também em um campo importante, como a justiça.
         Poder-se-á subentender então, da construção metodológica de Weber, que a dominação não legítima formula-se enquanto tipo ideal para dar conta dos fenômenos mais complexos que não couberam na construção mais pura dos três tipos de dominção legítima e, assim, a cidade medieval (citada no livro) oferecia-se como território privilegiado para a sua análise e explicação.

FONTE:
http://www.artigonal.com/noticias-e-sociedade-artigos/os-tres-tipos-de-dominacao-segundo-max-weber-1284076.html
http://www.ufrgs.br/tramse/pead/textos/weber.pdf
http://www.pucsp.br/ponto-e-virgula/n7/artigos/pdf/pv7-08-antoniosousa.pdf

3. Podemos encontrar em um dado fenômeno apenas um tipo de dominação?

"A dominação é algo que sempre existiu e sempre existirá na história da humanidade pois é algo fundamental na mesma. Os mais variados tipos de dominação seguirão vivos nas mais variadas plataformas, como a dos pais sobre os filhos. Este tipo de dominação é, porém, legal, respaldada pela lei, pelo menos enquanto os filhos forem menores de idade. Assim, conclui-se que quanto maior for a interação do fenômeno com os elementos da ação social poder-se-ará dizer que a dominação determina as características dos fenômenos."

4. Como Weber define o Estado?

         Se a política esta em toda a história humana, logo passa de uma atividade do ser humano, porém não se pode confundir com o Estado, que corresponde a “[...] racionalização da civilização humana” (FREUND, 1987, p. 159). Logo, a política é anterior ao Estado. Na visão de Weber o Estado se define como “[...] a estrutura ou o agrupamento político que reivindica com êxito o monopólio do constrangimento físico legítimo” (FREUND, 1987, p. 159).

        Dessa forma, de um lado atuaria a racionalização do direito, consequentemente a especialização do poder legislativo e judiciário, voltado para uma política que tem o objetivo de manter a segurança dos indivíduos, logo procura assegurar a ordem pública, do outro lado se vincula a uma administração racional, que estaria baseado em “regulamentos explícitos”, que pode intervir nos mais diversos domínios, exemplo cultura, saúde economia, dispondo de uma força militar permanente.
        O Estado tem como característica política o uso da coação física. Todo Estado se funda na força sendo a única fonte do "Direito". Consiste também em uma relação de dominação do homem sobre o homem, fundada no instrumento de violência legítima. Só pode existir, portanto, sob a condição de que os homens dominados submetem à autoridade continuamente reivindicada pelos dominadores.

FONTE:
http://www.consciencia.org/max-weber

5. O que é ação social?

O termo ação social, que foi introduzido por Max Weber na obra “Ensaios de Sociologia”, é qualquer ação que leva em conta ações ou reações de outros indivíduos e que se modifica com base nesses indivíduos. Isto é, é todo ato que uma pessoa realiza após atos externos a ela a influenciarem.
As diferentes ações sociais segundo a classificação de Weber são:


Ações racionais: ações tomadas com base nos valores do indivíduo, desconsiderando as consequências e se os meios para atingir seus objetivos são os ideais;
Ações instrumentais: ações planejadas e tomadas depois de avaliado o fim em relação a outros fins, e após a consideração de vários meios (e consequências) para atingi-los. Exemplo: seria a maioria das transações econômicas;
Ações afetivas: ações tomadas devido às emoções do indivíduo, para expressar sentimentos pessoais. Exemplo: Chorar de felicidade ao ser aprovado no vestibular;
Ações tradicionais: ações baseadas na tradição enraizada. Exemplo: assistir a um jogo de futebol em frente à televisão com uma lata de cerveja;

FONTE:
http://www.brasilescola.com/filosofia/a-definicao-acao-social-max-weber.htm 
http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%A3o_social

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